Rafael Hoffmann tem uma identidade secreta. É quase um homem comum em tempo integral. Sai de casa com seus óculos e seu “jaleco” e vai para a universidade dar aulas. Porém, nas horas vagas, Rafael se torna Rahma, seu alter ego ilustrador.
Com uma capacidade ímpar para traduzir mensagens em cartazes que arrancam um sorriso de canto de boca por conta da sua simplicidade e genialidade, Rafael, com o Rahma Projekt, se tornou quase que onipresente em lojas e sites descolados da Internet. Camisetas, cartazes, almofadas e xícaras são alguns dos produtos que já receberam estampas com o projeto.
O Lixo e Luxo bateu um papo com o artista para entender melhor suas influências e processo criativo:
- Quando foi que o Rafael descobriu que queria ser artista?
Quando ele tava sobrecarregado, de saco cheio da rotina, de trabalhos muito formais e queria fazer as coisas do seu jeito, sem briefing, sem pressão e sem se preocupar em ter que dar explicação, fazer sentido ou dar satisfação. Enfim, passando por uma daquelas crises pessoais, profissionais, existenciais (entre outros “ais”).
- Qual foi a primeira obra?
Foi “The Weary Fox”, de uma música que gosto muito chamada Fox on the Run, do Manfred Mann. A ilustração nem é grande coisa, mas a música tinha relação com o que eu tava sentindo e o processo de criação fez com que eu me desplugasse por um tempo. Eu vi que aquilo me fazia bem.
Primeira ilustração
- Os quadros que você faz tem influências plakatstil e beggarstafs (movimentos históricos de design), porém como você os classifica?
Por ser professor de design e apaixonado pela história dele, as referências de movimentos clássicos são naturais. Quanto à classificação, muita gente diz que é minimalista, eu aceito, mas por ser uma coisa pessoal, não fico preocupado em classificar, só em fazer. Não conta pra ninguém, mas na verdade é uma desculpa por eu ser um péssimo ilustrador ;p
- As influências de cinema e música são peças chave em suas artes, por que essa escolha?
São coisas que gosto muito, então acho que nem foi uma escolha, foi natural na hora de fazer uma coisa só pelo prazer.
- Como é o seu processo de criação?
Não tem um processo muito rígido, normalmente a ideia aparece quando estou ouvindo uma música. Escuto um trecho da letra, faço a ligação com alguma coisa que já tenha visto e tento transformar em uma ilustração. As vezes, eu tenho a ideia primeiro e procuro uma música que se encaixe. Outras vezes, quero brincar com tipografia, então pego o trecho de uma música e começo a procurar fontes que se encaixem. Como é uma coisa autoral, conceitual e experimental, pra mim, o que vale é a ideia. Tento deixar de lado um pouco a ordem e os métodos que usamos no dia-a-dia do mercado. Talvez por isso eu tenha quase a mesma quantidade de ilustrações publicadas e outras que não deram em nada e ficaram engavetadas (o que não é de todo ruim, porque serviram de exercício).
- Você também é professor de design, qual o conselho que não pode faltar aos seus alunos?
Ter boas referências e em quem se inspirar é fundamental. Vontade, foco, lápis e papel também ajudam bastante.
- Tirando as aulas, você já consegue viver só da sua arte?
Não, mas talvez isso aconteça pelo fato de eu tratar o Rahma mais como um hobby do que como um negócio. Uso o tempo mais na criação do que na divulgação ou criação de produtos com as ilustrações. Não tenho muita experiência, mas dependendo dos seus objetivos, parece que viver só de arte é bastante complicado, apesar de achar que pode dar uma boa renda extra.
P.S: Rahma é a abreviatura de Rafael Hoffmann Maurílio
Conheça o projeto:
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Simples e objetivo! Rafael arrasa sempre.
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